E este
dia já passou. Jobs: A cabeça da Apple?
5 de outubro de 2012. O dia em que completou um ano da morte
de Steve Jobs, eterno CEO da Apple. Desde que ficou doente da última
vez, o que culminou em seu afastamento da companhia em meados de 2011,
não faltaram questionamentos sobre a verdadeira veia inovativa da
empresa, ou se as ideias e criações, que sempre giraram em torno do
executivo, cessariam com seu afastamento.
Desde então vimos um novo iPad e um novo iPhone. No hardware, nada
que se diferenciasse muito das versões anteriores, além de melhorias na
tela. Não vou me aprofundar em tais questões, porque especificações
técnicas realmente não são o objetivo. Há uma tendência sobre futuro dos
produtos muito mais forte do que as versões atuais.
A principal inovação que veio desde então, e que, de fato, sequer
chegou oficialmente, é o “mini-mim” do tablet da marca, que ficou
conhecido informalmente no mercado como iPad Mini. Com tela entre oito e
sete polegadas, contra as 9,7 polegadas do irmão mais velho, este foi o
único projetou que partiu, ou teria partido, já que ele ainda não se
configurou em uma realidade, da companhia sem o domínio de Jobs. Em um
ano.
O mais interessante disso tudo é que Jobs ridicularizou concorrentes
quanto começaram a pipocar os primeiros “sucessores” de seu tablet. Com o
apelo de diferenciação pelos displays menores, girando em torno de sete
polegadas, o executivo não media apalavras ao garantir como eles eram
imitações com algo a menos do que o seu produto. Na visão de Jobs, para
ter um bom desempenho e garantir boa experiência do usuário, o tamanho
mínimo de tela era o do iPad.
“Bem, pode-se aumentar a resolução da tela para compensar algumas
diferenças. Mas é inútil, a não ser que seu tablet também inclua uma
lixa, assim o usuário pode lixar seus dedos até mais ou menos um quarto
da largura atual”, dissera, convicto, segundo notícias publicadas pela InformationWeek EUA.
“A Apple tem feito extensos testes com usuários em interfaces de
toque através dos anos, e nós realmente entendemos disso”, completara.
“Há limites claros de quão perto você pode fisicamente dispor elementos
em uma touchscreen, antes que os usuários não possam confiantemente
tocar, empurrar ou pinçá-los. Esta é uma das razões principais para
falarmos que a tela de dez polegadas é o tamanho mínimo requerido para
criar ótimos aplicativos de tablets”.
Mais recentemente, em agosto deste ano, foi revelado um e-mail que
Eddy Cue, executivo da Apple, havia escrito em janeiro de 2011 para Tim
Cook (atual CEO da companhia) revelando que tablets de sete polegadas
possuíam sim um bom mercado. No texto, ele falava que “depois de falar
várias vezes sobre isso com Jobs, ele havia sido mais receptivo da
última vez”. Mas não há qualquer evidência de que Jobs tenha se
mergulhado em um projeto sobre isso enquanto vivo. E estar mais
receptivo não é estar de acordo.
Mas isso são especulações. Vamos falar sobre fatos. A Apple apareceu
com um tablet quando ninguém – além da Microsoft e seu intento fora de
timing dez anos antes – precisava de um. O mesmo ocorreu com o iPhone. E
o mesmo com o iTunes, iPod. E, por que não, o mesmo com a interface
gráfica do sistema operacional, roubada da Xérox, que logo foi
“emprestada” pela Microsoft. Ninguém, tampouco, olhava para aplicativos
móveis e comunidade open source de desenvolvedores até então.
Jobs criou demandas e modificou tendências no mercado. Um ano depois
de sua morte, o mais próximo que sua empresa chegou de inovação foi um
produto que ele refutava, com um design copiado daqueles que tentaram
produzir algo parecido com o iPad. Vejam que ironia. Os novos dirigentes
da Apple viram que existe um mercado para tablets de sete polegadas. E
em vez de ficarem um ano pensando em um produto que criasse uma demanda, como sempre fez a Apple, passaram um ano especulando sobre um dispositivo recopiado, para atender a uma demanda do mercado.
No mínimo, estranho. Vamos aguardar para ver se não há nenhum
bichinho diferente dentro desta maçã. Mas quanto tempo os applemaníacos
aguentam esperar?
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